
A força imensa do que sinto,
não é suficiente para derrotar o que inevitavelmente sou.
Coração e desejo avançam juntos em uma avalanche tamanha que me fere...
... e é contida nas finas correntes a que me propus amarrar.
Não estou preso. Eu me fiz preso.
Solto a mente e vou aos píncaros da imaginação...
Sinto o mais belo raio de sol queimando a pele quando fecho os olhos...
... encontro o brilho de anjo dançando... vejo suor no anjo que reage como gente...
Abro os olhos e o melhor pedaço de mim mesmo me olha...
Minha mente vagueia e vôo longe demais... sem amarras no sonho...
... e me vejo, ao acordar, desesperado... e sigo as correntes no caminho de volta.
O sonho me abandona. Não se permite visitar-me, sem que eu tenha de gritar...
... se não fecho os olhos, o sonho recusa-se a vir...
Descubro no final da corrente a inevitável realidade.
Mas sempre que chego lá, não há desespero. Ela me toma como um abraço bom.
Grito a Deus que sou apenas humano. Não O desafio. É um grito de quem se sente fraco.
... de quem quer devolver as moedas... devolver a cruz... grito de pecador, que quer perdão mesmo sabendo que ainda pecará...
Não busco a santidade e nem posso fazê-lo... estou destinado ao arrependimento, não à resignação.
A força imensa do que sinto,
não é suficiente para derrotar o que inevitavelmente sou.
Estou destinado ao arrependimento, não à resignação.
Quero o amor de um anjo...
... e me sinto tão gente, que não sei falar com anjos.
Por Luís Augusto Menna Barreto – agosto de 1992
... quando escrevia sobre amor, sem saber que já amava...
Que leitura gostosa .
Quero ler sempre.
Forte.
"Grito a Deus que sou apenas humano."
O meu grito!